São João de Carpina: O que esperar da gestão municipal?

 

Uma comerciante que pediu para não ser identificada – e que, com certeza, terá sua identidade preservada pelo blog do André Luiz – conversou conosco e demonstrou toda a sua indignação com o tratamento dado aos barraqueiros em relação ao São João de Carpina.

Segundo ela, há 25 anos monta sua barraca e seu ponto de venda durante as festas juninas da cidade, assim como na Festa de Reis. Em todo esse tempo, nunca teve problemas. Sempre conseguiu vender seus produtos tranquilamente.

Desta vez, no entanto, a situação está complicada. Até agora, a Prefeitura Municipal de Carpina não deu uma definição sobre qual cervejaria estará promovendo ou patrocinando o evento. Será a Itaipava? Será a Brahma? Ninguém sabe. Sem essa informação, os comerciantes ficam de mãos atadas, impossibilitados de estocar material e se preparar para as vendas. Segundo a comerciante, essa indefinição é apenas um dos vários absurdos que vêm acontecendo.

A verdade, meus amigos, é que o São João de Carpina – que já foi o terceiro maior São João do Nordeste e o segundo maior de Pernambuco – hoje está à deriva. Na verdade, está assim há muito tempo. E, agora, a situação se agravou, pois a gestão atual decidiu elitizar a festa.

Se realmente acontecer da forma como tem sido comentado, o São João de Carpina deixará de ser uma festa popular para se tornar um evento elitista. O pior de tudo é que, faltando pouco tempo para os festejos juninos, quase nada é falado sobre o evento. Apenas uma música tocada em um programa de rádio, e nada mais.

É impressionante como essa gestão, comandada por Eduarda Gouveia, lembra, em certos pontos, administrações passadas. Podemos até dizer que, em alguns aspectos, é ainda pior do que a gestão do ex-prefeito Carlos Vicente de Arruda, conhecido como Carlinhos do Moinho. Talvez, nesse sentido, a gestão de Carlinhos do Moinho tenha sido superior à atual.

Diante disso, a cobrança continua: como será o São João de Carpina?

Segundo o vereador Heitor Lapa, ele solicitou respostas à prefeitura e aguarda um posicionamento. Mas até quando? Afinal, o prazo se esgotou no final de maio, e o São João acontece em junho.

Por isso, apelamos ao vereador de oposição Heitor Lapa, que vem desempenhando brilhantemente seu papel fiscalizador. Caso necessário, que adiante os passos e até acione o Ministério Público para que medidas sejam tomadas em relação ao São João de Carpina, que está uma verdadeira bagunça.

Bagunça, especialmente no que diz respeito à sua estrutura voltada ao povo. Como já foi dito, passou a ser um evento elitizado, onde há muito dinheiro envolvido e a população não é privilegiada.

Voltamos a bater na mesma tecla: o DJ Alok. Seu cachê é altíssimo, cerca de um milhão de reais. E, apesar de ser um artista respeitado, ele não tem ligação com o São João, que é uma festa junina tradicional.

Enquanto isso, os artistas da terra são ignorados, jogados à própria sorte, desvalorizados. Isso é uma vergonha.

E, por parte da Câmara de Vereadores, especialmente do presidente Júnior de Salete, não se vê nenhum movimento para valorizar os artistas locais.

Portanto, cobramos providências urgentes e esperamos que a situação seja resolvida, para o bem desse festejo que já caracterizou Carpina como um dos maiores polos juninos de todo o Nordeste.