Cinco anos de impunidade: caso do menino Miguel cai no esquecimento da justiça.

 

Miguel tinha 5 anos quando a ex-patroa da sua mãe o colocou para subir desacompanhado em elevador e ele caiu do alto de prédio de luxo do Recife - Reprodução - https://www.brasildefato.com.br/

Há cinco anos, Pernambuco inteiro chorou juntamente com a mãe do menino Miguel, que caiu de uma das torres gêmeas, na capital pernambucana, no Cais de Santa Rita.

Nesta segunda-feira, houve um grande protesto que partiu das torres gêmeas, no Cais de Santa Rita, em direção ao Palácio da Justiça, exigindo justiça pelo caso.

A mãe do menino, Mirtis, lamentava-se profundamente, dizendo que, se Miguel estivesse vivo, teria hoje onze anos. Infelizmente, o direito do garoto de viver foi tirado por irresponsabilidade. Certamente, Mirtis jamais esquecerá, pois nenhuma mãe esquece a dor de perder um filho.

O mais interessante em tudo isso, amigos do blog do André Luiz, é que a responsável pelo ocorrido foi a senhora Sari Corte Real, esposa do ex-prefeito de Tamandaré. Ela estava com a criança em casa enquanto a mãe do menino, que trabalhava como empregada doméstica na residência de Sari, passeava com o cachorro pela rua.

Enquanto isso, o garoto queria sair. Sari Corte Real, que também é filha de um ex-deputado federal e uma mulher rica, abriu a porta do elevador e apertou o botão para a cobertura. Lá, o menino de apenas cinco anos se debruçou e caiu, falecendo instantaneamente.

Na época, a justiça realizou o julgamento e condenou Sari Corte Real. No entanto, até hoje ela não foi presa. Sabem por quê? Porque a justiça está empurrando o caso com a barriga e ela pertence a uma família rica.

Enquanto isso, Mirtis, uma mulher negra, batalhadora e digna, ficou sem seu filho e continua exigindo justiça.

Será que, se a situação fosse inversa — se um dos filhos de Sari tivesse caído de uma das torres gêmeas por negligência de Mirtis, a empregada doméstica — Mirtis não estaria atrás das grades?

Essa é a pergunta que fazemos.

Este é o país da impunidade, um país que não olha para os menos favorecidos. Ainda clamamos para que a justiça seja feita e que Sari Corte Real, pertencente a uma família nobre de Pernambuco, cumpra sua pena na cadeia.