Radialista Hildebrando Marques deixa saudades

Como é difícil fazer imprensa sem se corromper

 

Com certeza, serei alvo de muitas críticas e apedrejamentos, algo que não me abala mais. Durante esses quase 30 anos em que milito nessa área, venho recebendo críticas e, às vezes, até ameaças – não da imprensa, mas de políticos, ameaças de violência e assim por diante. Vou me estender um pouco mais, pois preciso explicar aos leitores do Blog do André Luiz, um blog que não coloca nada debaixo do tapete.

Quem sou eu? Tenho 63 anos de idade, e farei aniversário em 11 de julho. Não farei como alguns paraquedistas que chegam e dizem: "Hoje é meu aniversário, quero presente!". Refiro-me aos usurpadores que não conhecem nada de Carpina, mas que querem tirar proveito dessa terra. Nasci no Recife, na Maternidade Bandeira Filho, em Afogados, no dia 11 de julho de 1962, como já disse. Sou filho de uma mulher guerreira que, graças a Deus, em 17 de junho, fará 96 anos. Meu amor, minha mãe, minha amada. Eu sei que ela está perto de ser levada para o lado de Papai do Céu, mas pode ser que eu vá antes dela. Ela é uma bênção para toda a família; tudo gira em torno dela. Ainda lúcida, com seus momentos de lapsos, é cuidada com muito amor e carinho, Dona Tidi

Me enveredei no caminho da comunicação. Fiz alguns programas independentes em uma rádio no Recife e em outros lugares, mas para valer mesmo, comecei aqui na Mata Norte, em Paudalho, na Paudalho FM, do saudoso Nicó da rádio e de Dona Giu. Sou grato a eles. Fui citado até por Ramos Silva, jornalista respeitado na região. Ele me ouviu e teceu elogios à minha pessoa. Depois, ele se afastou porque minha meta jornalística não era a mesma dele, mas tenho o maior respeito e admiração por Ramos Silva.

Continuei, passei por diversos meios de comunicação na região. Tive dois jornais impressos aqui na região, passando pelos momentos mais conturbados de Carpina, e nunca corri da parada. Fui ameaçado por pessoas do grupo do ex-prefeito Manoel Botafogo, de quem não tenho a menor simpatia, nem quero ter. Fui totalmente contra ele quando tentou matar meu colega Dennis Araújo com um facão. Se eu estivesse no lugar de Dennis, não teria corrido; eu ficaria e me agarraria a ele. Se tivesse que morrer, morreria, pois não tenho medo. Depois, ele agrediu, tentou agredir minha filha Raíssa, um dos orgulhos que tenho, pela fibra, pela raça. Aliás, minhas filhas são meus orgulhos, juntamente com meus netos e netas.

Trabalhei muito. Saía de casa às sete da manhã e muitas vezes chegava às dez da noite, quando tinha sessão na Câmara. Comecei a sentir minha saúde debilitada, até que conheci Rosângela, o grande amor da minha vida. Já vai fazer quatro anos que Deus a levou, agora em novembro, mas ainda me sinto casado com ela, ainda sinto como se fosse minha esposa. O amor que ainda sinto por ela é imenso, mas sei que ela está descansando ao lado do Pai, do nosso Pai Celestial. Ela era uma mulher incrível, bem mais jovem do que eu, responsável, trabalhadora, e me ajudava muito.

Tive minha fase áurea na Rádio Alternativa, que, diga-se de passagem, estava caindo aos pedaços. Conseguimos levantá-la com o programa Boca do Trombone, mesmo com pessoas contra dentro da própria rádio, da direção da rádio. O programa se tornou um grande sucesso. Não posso dizer que tinha mais audiência que Francisco Júnior, a quem considero colega – não sei se ele me considera o mesmo, pois não temos amizade, nem intimidade, mas nos respeitamos. Ele tem uma estrutura maior, e nós estávamos ali em uma rádio comunitária, com o Boca no Trombone. Antes disso, tivemos "Pernambuco em Pauta" com Laureano Silva, mas "Boca no Trombone" marcou época, disparando em audiência na cidade, ameaçando a liderança do programa do colega Francisco Júnior. Nunca o ultrapassamos, mas fazíamos uma grande frente, onde distribuíamos cadeiras de rodas, cestas básicas, consultas médicas, peixe na Semana Santa. E, pasmem, muitas vezes, na maior parte das vezes, tirávamos do nosso bolso para ajudar as pessoas, para comprar o peixe.

Aos sábados, para melhorar minha renda, eu ainda fazia porta de loja, no antigo Atacarejo Estrela. Muita gente sabe disso, não me envergonho. Nunca possuí um carro, andava a pé em Carpina. Quando muito, pegava ônibus, mas na maior parte das vezes, visitava clientes, vendia comercial, fazia cobertura de eleição, das 7 da manhã até 10, 11 horas da noite. Todo mundo queria trabalhar comigo, porque já entrava recebendo o dinheiro, fora o almoço, café da manhã, jantar, lanche, dinheiro para água, dinheiro para crédito no telefone – tudo isso. Não vão dizer que é mentira.

Mas ninguém nunca é querido por todos, e às vezes é odiado por muitos. Nunca aceitei corrupção de ninguém. Fui tentado a ser corrompido por um político da cidade, juntamente com um empresário e uma pessoa do sexo feminino, em uma reunião, no bar de Tonha, em Nazaré da Mata. Nunca tive uma casa própria, e essa pessoa, na época, me colocou o dinheiro em cima da mesa, de manhã cedo, o que daria uma boa entrada na casa própria. Ainda me foi prometido um estúdio completo, e eu não aceitei. Eu quero que me digam qual foi o político aqui de Carpina que já me corrompeu, ou de Carpina ou de qualquer cidade da região.

Continuei pobre, materialmente falando, andando de ônibus, tomando meu café na delicatessen, que era meu escritório, e vivendo minha vida de forma simples. Nunca passei noites em bares, nem noitadas. Respeito quem faz isso, mas eu nunca passei. Era do trabalho para casa, de casa para o trabalho. Até que fui acometido pelo glaucoma. Encontrei, nesse período, uma mulher encantadora que foi à rádio pedir ajuda, e me apaixonei por ela: Rosângela. Mais de vinte, quase vinte e cinco anos mais nova do que eu. Eu me recordo que disse: "Olha, não dá certo, eu sou muito mais velho do que você". E ela me disse: "Não tem problema. Estava escrito nas estrelas". Vivemos um grande amor, um amor verdadeiro. Tanto é que há músicas que marcam nossas vidas, e Joseane, minha amiga sonoplasta, sabia das músicas de que gostávamos: "Esse Cara Sou Eu", de Roberto Carlos, e "Crazy", de Julio Iglesias. E aquela mulher linda, maravilhosa, veio ser minha companheira. Não chegamos a casar no civil, já que eu era divorciado, e foi um grande erro que cometi não ter casado com ela. Mas estávamos planejando casar quando eu fizesse sessenta anos, uma ideia dela. Infelizmente, três anos depois de alguns anos de convivência, o câncer a levou de forma abrupta.

Nesse período, nunca me faltou o apoio do meu grande amigo, Pastor Telêmaco Moraes, amigo de quase quarenta anos, diretor da Escola Internacional, um homem íntegro, um homem de Deus, meu amigo. Aqui na Terra, eu nunca tive um amigo como ele. Essa é a verdade. Amigo em todos os momentos até hoje. Após a morte de Rosângela, veio essa diabetes, motivada pelo lado emocional. Não me arrependo de nada que fiz por ela. Passei três anos acompanhando-a em tudo, desde o dia em que ela foi fazer a cirurgia até seu falecimento, sempre ao lado dela. Não me arrependo de nada que fiz por meu amor, nada, nada. Mas ela se foi, e nós não podemos lutar contra os desígnios de Deus. Ela foi confiante da vida eterna, confiante do compromisso que havia assumido ao lado de Jesus Cristo, uma mulher cristã que testemunhou isso, da salvação que Jesus Cristo lhe deu.

Pois bem, meus amigos do blog, e aqui estou eu, André Luiz. Fiz quatro cirurgias e não fui bem-sucedido de glaucoma, juntamente com catarata, mas o diabetes já estava corroendo tudo e perdi a visão. Agradeço o amor que a Primeira Igreja Batista em Carpina teve por mim: o Pastor José Carlos, o Diácono Jeremias, o Pastor Baruch, que não me deixaram faltar nada em termos de apoio. Não posso esquecer de ser grato a uma certa ajuda que o Pastor Ronaldo, da Primeira Igreja Batista Central, também me concedeu. Eu sou um cara justo, sou duro, mas sou um cara justo.

Decidi voltar à Labuta, onde trabalhamos na TV Independência com um programa de grande audiência, "Isto é Notícia". Trabalhamos na TV Mais Nordeste, em Nazaré da Mata, no horário de meio-dia, se não me falha a memória, onde também houve uma grande audiência. A TV Independência em Carpina pertence ao Fernando Soares, mas minha situação de saúde só piorava. Estive internado um período no Hospital Getúlio Vargas, e já a partir dali os médicos disseram que minha saúde não estava nada boa. Mas pensei: "De que adianta? Eu vou morrer mesmo". E só continuei tomando os remédios que eles haviam passado, e não fiz — e não me arrependo de ter feito — os outros exames. Tudo isso mergulhado em uma profunda depressão que até hoje carrego, uma depressão muito forte, mas sempre com um senso de justiça altíssimo, revoltado com corrupção, revoltado com político ladrão, revoltado com compra de votos. Aí você pode dizer: "André, você é muito amigo de Joaquim Lapa". Sou, sou amigo de Joaquim Lapa há muitos anos e continuo sendo. Votei nele, votarei nele de novo para prefeito, a não ser que ele desista. Mas não se pode dar as costas a um amigo, é o caso de Joaquim Lapa, e o caso do meu maior amigo aqui na terra, Telêmaco Moraes.

Então, meus amigos, para não me alongar mais, porque sei que meu grande irmão e amigo que faz a degravação da matéria vai ficar um pouco chateado com o tamanho, mas eu tinha que falar isso, e espero que você leia até o final. Eu decidi fazer o Blog do André Luiz. Comecei por um bom tempo, parei, minha saúde não estava nada boa, tive que parar.

Antes disso, tive que denunciar – ou melhor, a vítima denunciou – o estupro que sofreu do padre Ayrton Freire lá em Arcoverde. Tanto é que, após essa denúncia dela, os canais de televisão que tinham se negado a colocar a matéria dela, inclusive um radialista aqui da nossa região, eu disse a ele: "Você quer botar essa matéria no ar?". Ele disse: "Não, eu não quero me meter nisso". Então nós acertamos com a TV Independência e colocamos no ar. Creio que está no YouTube; você pode até ver a matéria. E essa mulher corajosa, Sílvia, do Recife, contou tudo, o estupro que ela sofreu. Mulher corajosa, porque muitas são estupradas e têm vergonha de contar. Ela contou tudo, e com o apoio do marido, o senhor Wellington. E hoje, esse salafrário desse Ayrton Freire, que tinha programa no Jornal do Comércio, um império em Arcoverde, não sei se já foi condenado, porque existe um corporativismo muito grande, vocês sabem disso, dentro da Igreja Católica, com uma parte da imprensa. Tem colunistas aí que mais parecem coroinhas, blogueiros que mais parecem coroinhas do que jornalistas, e não falaram nada sobre o caso. Eu sei que ganhou as manchetes do Brasil inteiro e terminou sendo matéria de, nada mais nada menos do que o Fantástico.

E continuamos nosso trabalho, mostrando o que está certo e o que está errado. Não somos xiitas. Hoje estamos aqui, como sempre vivemos em Carpina, onde moro só atualmente, sozinho. Minhas filhas estão na Bahia e eu moro aqui só. Raíssa deve voltar daqui a um tempo. Foi ter bebê lá, me deu uma linda neta, mais uma linda neta. Mas eu continuo só em um kitnet, com sérios problemas de saúde, a diabetes se agravando, sem ter a condição de realmente me tratar. Muitas vezes não vou ao médico porque não tenho nem o dinheiro para pegar um Uber, fica complicado. Muitas vezes não tenho nem como comprar o medicamento, pois não tenho dinheiro e cujo medicamento o posto não dispõe; não é culpa do posto, mas é o SUS que não disponibiliza. Mas estamos nos arrastando, saindo apenas uma vez por semana de casa. E ainda assim, somos julgados por A, por B, por C, como farsantes, mentirosos, etc.

Eu quero que todos vocês saibam de uma coisa: nasci pobre financeiramente, morrerei pobre financeiramente. Podem vasculhar meu Pix. Tenho uma conta na Caixa Econômica que não tem um tostão, é zero. Se quiserem, podem vir à minha casa, nem geladeira eu tenho. Não estou choramingando, mas estou feliz porque não me corrompi e nem me corrompo. E ai de quem vier me corromper, pode ter certeza que denunciarei. Continuarei à frente do Blog do André Luiz, apesar dos processos e denúncias. Quem não aguentar, corra. O Brasil é um país onde, pelo menos na teoria, dizem que há liberdade de expressão. Ultimamente isso não vem acontecendo, mas eu continuarei.

Democrata, justo, sou totalmente contra essa gestão que está aí em Carpina, que ganhou a eleição no roubo. Quer me processar, Gustavo Gouveia? Processe. Você sabe que você ganhou no roubo. Sua mulher é um fantoche, porque quem manda é você. Mas o que fizer de bom para a cidade, eu estarei dizendo. Elogiei as lâmpadas de LED, elogiei a organização da entrega do peixe. Na semana passada, disseram que iam derrubar árvores no centro da cidade. Pedi a alguém para ir lá ver e disseram: "Não, André, nada disso. Estão ajeitando o calçamento e a questão das raízes, mas nada de derrubar. Tem até uma retroescavadeira, que eu creio que foi isso que chamou a atenção do povo, mas não estão derrubando, estão ajeitando". E eu fiz uma nota sobre isso, porque eu não comungo com um falsário. Não tenho nada pessoal contra Eduarda Gouveia, nem a conheço. Se ela quiser me dar uma entrevista, seja bem-vinda; se não quiser também, não vai me fazer falta. Não gosto do marido dela, nem do cunhado dela, são dois sacripantas, mas o Blog do André Luiz estará sempre voltado para dizer a verdade.

Desculpe eu estar falando isso, mas eu sei por que estou falando. Mesmo que queiram me calar, não vão conseguir, porque a verdade é o que prevalece. Deus abençoe a todos e uma excelente semana.

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