Pagamento aos aposentados "vai ser rápido", afirma ministro da Previdência Social

 


Wolney Queiroz e Magno Martins - Foto: Reprodução/Instagram

Wolney Queiroz (PDT) foi entrevistado no podcast Direto de Brasília, apresentado por Magno Martins

Os aposentados que foram lesados nos desvios do INSS serão integralmente ressarcidos ainda durante o governo Lula (PT). Quem garante é o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT). Completando dois meses à frente da pasta nesta quarta-feira (2), Wolney foi entrevistado no podcast Direto de Brasília, apresentado por Magno Martins. Apesar de aguardar em breve o anúncio do cronograma de pagamentos, ele admitiu receio de que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que começará no Congresso Nacional em agosto, possa comprometer esse processo.

“O governo quer pagar, o presidente Lula já determinou. Mas, evidentemente, no governo federal você não pode simplesmente pegar o dinheiro e pagar sem respaldo jurídico. Estamos construindo esse consenso com o Judiciário, com os órgãos de controle, com a sociedade; estamos elaborando a minuta que, quando ficar pronta, o presidente Lula vai anunciar. Não posso adiantar, mas posso dizer que vai ser rápido”, disse o ministro.

Segundo Wolney, o presidente deverá solicitar ao Congresso Nacional um crédito suplementar extraordinário para efetuar logo os pagamentos. Mas o governo irá atrás do dinheiro junto às associações envolvidas nos desvios, para ressarcir os cofres públicos. “Já temos bloqueados R$ 2,9 bilhões das associações para esse ressarcimento. Mas isso leva tempo, e o aposentado não pode esperar essa briga jurídica. Nesse primeiro momento, com o crédito suplementar, esse dinheiro sairá do Tesouro Nacional. O governo adiantará esse pagamento para atender aos que mais precisam, enquanto buscamos, em um segundo momento, o ressarcimento ao erário”, detalhou.

O pedetista revelou que os bloqueios envolvem 41 associações, sendo algumas delas apontadas nas investigações como constituídas apenas para fraudar aposentados. Outras, que possuem endereço e serviços prestados, também terão que prestar esclarecimentos. “Vamos separar o joio do trigo e ficar com o trigo. Todas essas associações estão sendo auditadas e investigadas. Queremos saber se o desconto dos aposentados foi feito com autorização ou não, pois 3,7 milhões de pessoas já procuraram o ministério pedindo esse ressarcimento. O mais importante é que o governo teve a coragem e a iniciativa de desvendar e desbaratar essa quadrilha”, afirmou o ministro.

Embora não tema a repercussão da CPMI, Wolney admitiu o receio de que ela se torne um palanque político às vésperas da eleição e inviabilize o cronograma de pagamentos. “Não há medo nenhum. O receio é virar palco político. Uma guerra de narrativas não é boa. Queremos que a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) conduzam suas investigações. Por mais competente que seja um deputado ou senador, esse inquérito buscará dados na própria PF ou na CGU. Eles não investigarão por conta própria, vão apenas até onde a polícia já foi. É meio contraproducente, vai causar incômodo na sociedade, mas é um direito do Parlamento”, pontuou.

“O governo tem que preparar o time, municiar sua base aliada com informações, e eu, como ministro, farei questão de fazer isso. Vamos preparar nossa base para enfrentar o debate de forma altiva. Afinal, fomos nós que suspendemos os descontos indevidos e que pagaremos os aposentados e pensionistas. Portanto, o governo está em boa condição de enfrentar essa CPMI e sair fortalecido”, completou Wolney Queiroz.

Filiado ao PDT, que criou tensão política com o governo após a saída de Carlos Lupi, Wolney acredita que as faíscas diminuíram e a aliança deve ser mantida para 2026. “O PDT estará na reeleição do presidente Lula. O próprio presidente do partido, Carlos Lupi, já declarou isso publicamente. Logicamente, não há como nos alinharmos ao PL. Nosso campo é progressista, estamos votando com o governo, e tenho feito uma ponte com as bancadas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal”, afirmou. “Houve um tensionamento, normal na política, sobre espaços e emendas. Foi um momento em que a bancada buscou atender seus pleitos para levar recursos aos seus municípios. Mas eu nunca deixei de ter o apoio da bancada, que chancelou meu nome para o ministério. Esse relacionamento continuará”, concluiu o ministro. Fonte: https://www.folhape.com.br/

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